O SUICÍDIO O MAL DA HUMANIDADE


O SUICÍDIO O MAL DA HUMANIDADE

“O suicídio é um problema enorme que acomete a humanidade. Esse problema provoca, antes de tudo, uma situação de imenso sofrimento na vida espiritual pós-suicídio e nas demais encarnações a serem vivenciadas pelo suicida.

O sofrimento é ocasionado pelos próprios atos daqueles que, consciente ou inconscientemente, optam por tal martírio.Autores como Ivone Pereira, em “Memórias de um suicida”, e Almerindo Martins de Carvalho, em “O martírio dos suicidas”, descrevem bem a situação daqueles que se colocam nessa situação terrível. Sabe-se, por exemplo, que após a saída do corpo, o suicida se mantém preso em um círculo vicioso que o faz relembrar e sentir, incessantemente, as lástimas e as dores dos momentos anterior, concomitante e posterior ao suicídio, sendo que esse ciclo perdura, aproximadamente, pela mesma quantidade de tempo que havia sido programada para a vida da pessoa se mantida encarnada.

Isso por que, ao reencarnarmos, as cargas energéticas que trazemos de vidas anteriores vão sendo passadas, lentamente, ao corpo físico através dos nossos chacras. E, quando ocorre a prematura cessação da vida por se ter atentado contra a própria existência, a energia acumulada não será dissipada rápida e naturalmente, mas, sim, o será lenta e gradualmente, ao longo de todo o tempo que ainda restaria até que se desse o desencarne natural da pessoa.

O motivo para que haja a dissipação lenta dessas cargas energéticas reside no fato de que o suicida possui imensa rebeldia, falta de controle e revolta contra o Criador. E é também por conta desse estado energético de desequilíbrio que os espíritos benfazejos não conseguem ajudar o espírito sofredor, até que ele mesmo, depois do longo tempo de martírio causado pelas lembranças de sua morte, dê-se conta de que precisa de amparo.

Tudo isso é efeito lógico, é consequência natural dos atos do suicida, e, portanto, não há que se falar em castigo divino.

Importante dizer que, se se está em face de uma situação que lhe impede à consciência, como a embriaguez intensa, a toxicomania, e demais situações análogas, pode-se dizer que o ato suicida terá alguma cota atenuante. Tal atenuante não existirá, contudo, nos casos em que a pessoa, em plena posse de sua consciência, opta por autoflagelar-se. Há, inclusive, certo agravante, pois, apesar dos esforços do plano espiritual, o suicida sucumbe e tira a própria vida.

Uma característica que, infelizmente, é comum das estruturas perispirituais é fazer uso de espíritos suicidas para produzir desequilíbrios em algumas pessoas. Não é fácil produzir um cenário como esse, pois é preciso que haja um espírito desequilibrado capaz de se conectar ao períspirito daquele que sofrerá o efeito da obsessão.

Não obstante essa situação possa ocorrer com qualquer encarnado, deve-se ter em conta que o responsável por habilitar essa ligação “obsessor-obsedado” é próprio encarnado que, mantendo-se em desequilíbrio, permite a conexão com esses espíritos igualmente desacomodados energeticamente. Portanto, ainda que o obsessor mantenha-se muito próximo, se o encarnado se mantiver em equilíbrio, mantendo o pensamento firme, orando e pedindo ajuda espiritual quando se sentir alterado (quer seja por seus próprios pensamentos, quer seja pela perturbação causada pelo obsessor suicida), o obsedado será liberto da obsessão.

Portanto, saibamos que somos nós, os encarnados, quem atraímos os obsessores por meio de nossa condição energética. A ligação com o obsessor pode ser mais leve ou mais profunda, a depender do que ocorreu em outras vidas, e se há ou não ódios profundos e necessidade de reparação.

Ainda sobre o suicídio inconsciente, ou seja, aquele que é não intencional e que está ligado a situações que nos colocam em risco, mas sem que haja a vontade direta de morrer (alcoolismo, drogadição, prática de esportes de risco, como o alpinismo, dentre outros exemplos), reitera-se que, aparentemente, haverá menos sequelas concernentes ao ato suicida, quando em comparação ao suicídio consciente, que sem dúvida é mais gravoso.

Apesar disso, o que foi feito, foi feito, e o suicida responderá, espiritual e fisicamente, por seus atos, quer seja enquanto perdurar desencarnado, quer seja em suas encarnações posteriores.

Somos sempre os responsáveis pela ação final, somos nós que tomamos o veneno, que pegamos a arma; a ação final é sempre de responsabilidade do suicida. Espírito algum possui poder suficiente para praticar o ato em si no lugar do encarnado.

Por outro lado, o nosso merecimento faz com que os espíritos possam aumentar um pouco o nível de apoio que nos darão, preservando-se o livre arbítrio para todos os seres, claro. Então, pode acontecer de os espíritos atuarem, eventualmente, usando mecanismos que provoquem falhas na prática do ato final, para forçar o suicida a pensar, refletir e, talvez, se impedir ao autoflagelo. Portanto, o nosso proceder, a nossa postura cotidiana, nos auxilia nesse sentido. Se nos mantemos em desequilíbrio é mais difícil que eles consigam trabalhar com essas falhas.

Por fim, cumpre dizer que, a partir do momento em que tomamos consciência do que acontece no suicídio, haverá agravante considerável se, mesmo ciente desses fatos, optarmos por tirar a própria vida mesmo assim.

Precisamos deixar a revolta de lado e perceber que tudo por que passamos é de nossa exclusiva responsabilidade; ninguém passa pelo problema que cabe ao outro; ainda que nos mantenhamos generosos com a situação alheia, cada ser experimenta as suas próprias dores. O momento atual é reflexo daquilo que precisamos passar nesta vida, daquilo que é necessário, segundo o que fora feito em nossas ações passadas. E como não temos qualquer ideia do que praticamos em outras vidas, não podemos nos revoltar nesta vida atual. Devemos é nos preocupar com as nossas ações agora, pois elas validam o futuro, que é construído momento a momento.

Todos somos filhos de Deus e espíritos com o mesmo valor, temos somente diferenças no caminhar. Ninguém está acima de ninguém. Busquemos ter essa ideia ao longo dessa nossa estadia na vida. E dar-nos o devido valor é importantíssimo. A nossa condição de vida será sempre a que precisamos nesta vida, lembrando-se que tudo o que vivemos agora modifica o amanhã. Então, à medida que reconstruímos os erros do passado a cada segundo de vida, vamos aprendendo a conviver e a reviver situações muito difíceis para nós, mas é só assim que podemos (re)construir a nossa personalidade ao longo de nossas vidas.

Como cada transformação demanda muito esforço, pois implica em reparação de muitas vidas, devemos estar atentos ao presente: o reformar é muito mais difícil do que o construir, por isso, tenhamos responsabilidade para com a nossa vida, mantendo-nos atentos a todas as ações que praticamos em nosso dia a dia.

Estejamos certos de que as boas sementes de hoje produzirão frutos mais doces no nosso amanhã.

Preleção: Umberto

Evangelho: capítulo 5, itens 14 e 15

Transcrição: Beatriz

 
Tags: Suicídio, Yvone

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