Os Ciganos


O Povo Cigano

Os Ciganos são entidades que buscam seu espaço pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Os ciganos trabalham no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual.

São entidades que há pouco tempo ganharam maior presença nos rituais da Umbanda. No começo, eram erroneamente confundidos com entidades espirituais das linhas dos Exus e das Pombagiras. Essa confusão se explica em função dos nomes pelos quais se apresentavam, por vezes similares aos nomes utilizados pelos Guardiões(Guias de Esquerda), tais como Cigana das Almas e Cigana do Cruzeiro. Esses espíritos, nas giras de "esquerda", que se apresentam nomes parecidos com os nomes dos ciganos não são os mesmos espíritos da linha de Ciganos. Hoje, com o culto dos Ciganos mais difundido, se sabe e se conhece mais sobre essas entidades. Os ciganos trabalham preferencialmente na vibração da direita, algumas casas chegam a ter dias específicos para as Giras de Ciganos.

As entidades são oriundas de um povo livre, respeitador de tudo que vem da natureza, rico em histórias e lendas. Os trabalhos desse povo tem origem na natureza, muito ligados à saúde. Utilizam ervas para feitura de chás e banhos para a cura do espírito e do corpo. Trabalham também com cristais e magias.

Como já foi dito, não têm na Umbanda o seu alicerce espiritual. Apresentam-se também em rituais do tipo mesa branca e Kardecistas. Por terem herdado de seu povo o amor incondicional à proteção da natureza, também se manifestam em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos. Mesmo assim, encontraram na Umbanda um lugar para suas práticas, de modo a atender suas necessidades de trabalhar e prestar caridade.

Assim, o povo cigano passou a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Se adaptaram rapidamente à Umbanda, pela identificação com o exotérico e com o oculto.

Na Umbanda, os fundamentos dos Ciganos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores e com os quatro sagrados elementos da natureza.

Os ciganos podem trabalhar em giras específicas incorporados ou circulando os médiuns (encostados), tanto em Giras de Direita quanto de Esquerda, especialmente quando não há outras formas de trabalho disponíveis para eles em determinadas Casas de Umbanda.

Os ciganos também se organizam em falanges como nossos caboclos e pretos-velhos. Algumas das falanges de ciganos mais conhecidas são as dos ciganos: Pablo, Wlademir, Ramirez, Igor, entre outros. E as falanges de ciganas são: Carmem, Esmeralda, Samira, Madalena, entre outras.

As entidades ciganas gostam muito de festas. Eles têm sua força(axé) e sua vinculação vibratória relacionados com muitas cores e incenso. Pode-se ofertar para as entidades muitas frutas, mel, moedas, flores, vinho, incenso, velas coloridas, pães, entre outras ofertas. Os objetos(ferramentas) normalmente utilizados são taças, lenços, leques, cristais, baralhos, como outros objetos de oráculo. As roupas utilizadas por essas entidades são sempre muito coloridas.

A Saudação dos ciganos é “Arriba!” (Salve o povo cigano!).

Santa Sarah Kali é a orientadora espiritual do Povo Cigano. É uma Santa da Igreja Católica e não uma representação sincretizada de qualquer Orixá. Isto é, Santa Sarah Kali não é Orixá.

Segundo a Igreja Católica, Santa Sara auxiliou Maria Santíssima na hora do nascimento de Jesus Cristo. Por isso, além de padroeira do povo cigano, ela é padroeira das mulheres que querem engravidar e do bom parto. As ciganas que não conseguiam ter filhos começaram a rezar para Santa Sara, fazendo promessas de ir à cidade de Sante Maries de La Mer, caso suas graças viessem a ser concedidas. Por isso as mulheres ciganas têm tanta devoção para com ela.

Ela também é a protetora dos exilados e dos desesperados. É cultuada nos dias 24 e 25 de maio. O termo Kali significa "a negra", porque sua pele era escura.

Um dos símbolos que representam muito fortemente os ciganos é a sua bandeira. A Bandeira é constituída por uma roda vermelha , no centro da bandeira, que representa o caminho a percorrer e o já percorrido; a tradição com o significado de continuid. Os aros da roda representa a força do fogo que está ligado a transformação e o movimento.

Ao fundo da bandeira aparecem duas cores: o verde e o azul. O azul representa os valores espirituais, a paz e a ligação consciente com os mundos superiores. O verde representa a natureza, a terra e todos o respeito que os ciganos tem pelas coisas da terra.


Lendas sobre Santa Sarah Kali

  • Primeira Lenda

Segundo alguns historiadores, por volta dos anos 50 d.c, uma embarcação teria partido de terras Palestinas e cruzado os mares, transportando os primeiros cristãos, de modo a conseguirem fugir das perseguições de Roma.

Primeiros cristãos é o termo usado para o grupo de personagens bíblicos que conviveram com Jesus Cristo, se convertendo à sua mensagem e divulgando a Palavra após a Ressurreição. Dentre os passageiros estariam Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria de Nazaré, mãe de Jesus; Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João; Maria Madalena; Marta; Lázaro; Maximiliano e Sarah, uma negra serva.

O barco teria, milagrosamente, sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessado o oceano e aportado em Petit-Rhône, com todos salvos. Atualmente, a localidade é conhecida como Saintes-Maries-de-La-Mer (Santas Marias do Mar).

Sarah teria sido uma das primeiras convertidas ao cristianismo e morrido a serviço de suas companheiras de viagem, cumprindo sua promessa até o final dos seus dias.

  • Segunda Lenda

Uma outra versão da lenda é que Sarah seria uma escrava egípcia de uma das três Marias, Madalena, Jacobé ou Salomé. Junto com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro, as quatro mulheres foram lançadas ao mar, pelos judeus, em uma barca sem remos e alimentos.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Sarah, então, retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo), prometendo que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Acredita-se que deste gesto de Sarah Kali tenha nascido a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço, que é a peça mais importante do seu vestuário. Na tradição cigana, por exemplo, quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana, diz-se: “Dalto chucar diklô” (Te darei um bonito lenço).

Milagrosamente, eles chegaram a salvo a uma praia próxima a Saintes Maries de La Mer (Santas Marias do Mar). Depois de muitos dias, o barco foi resgatado por moradores de uma vila próxima aos arredores da costa marítima. Todos foram acolhidos pelos moradores, exceto Sarah, por ser escrava (egípcia) e ter pele escura.

Presenciando o abandono de Sarah, um grupo de ciganos a acolheu, passando a cuidar dela, que viveu com eles até sua morte, sendo muito querida pela comunidade. Quando veio a falecer, os ciganos foram até a igreja da vila pedindo que seu funeral se realizasse na mesma. Devido ao preconceito, os católicos da época recusaram. O povo então construiu uma pequena capela em homenagem à Sarah, a partir de uma gruta, visitada até os dias de hoje.

Após sua morte, os ciganos passaram a recorrer ao espírito de Sarah Kali com pedidos. Sarah Kali passou a atender aos pedidos dos ciganos, realizando milagres. A partir disso, Sarah se tornou Mãe e Rainha dos Ciganos, honrando-os e protegendo-os.

 

Fontes:


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