É um Orixá masculino que, como Oxóssi, habita as florestas. Seu nome possui várias grafias como Ossaim, Ossãe, Ossanim e Ossanhe. Pelo som feminino que seu nome produz, é constantemente confundido com uma figura feminina.
É filho de Nanã com Oxalá e é um Orixá tipicamente iorubano. Na nação Jeje, é conhecido como Agué, aquele que conhece o segredo da caça, das florestas e das folhas. Entre os bantus, é chamado Katendê, senhor das folhas.
Diferente dos Orixás como Xangô, Iemanjá e Ogum, é muito difícil encontrar um filho de Ossaim.
É o Orixá da cor verde, do contato mais íntimo e selvagem com a natureza. Os domínios de Ossaim não são os jardins, mas os recantos intocados, onde as plantas crescem de forma livre, selvagem, quase sem controle.
Nada se pode fazer sem a autorização de Ossaim, pois sendo ele o dono das folhas, é também dono de seus segredos e do axé vegetal. Sem o sangue escuro dos vegetais não é possível fazer rituais, nem banhos e nem remédios. Por este motivo seu culto é ainda muito popular.
Ossaim é originalmente dono dos segredos da natureza patrono dos químicos, farmacêuticos e sacerdotes. Protege qualquer um que utilize folhas para fins curativos ou litúrgicos.
É um Orixá calmo, mestre da tranquilidade e da resistência. Esperto, comunicativo e apaixonado pela ação. Do interior da mata virgem extrai seu axé que utiliza conforme seus objetivos. Tem grande força de vontade e é considerado um poderoso feiticeiro.
O símbolo de Ossaim é uma haste de ferro tendo ao alto um pássaro de ferro forjado, esta mesma haste é cercada por seis varetas pontuadas dirigidas em leque para o alto. O pássaro é a representação do poder de Ossaim, é o mensageiro que vai a toda parte, volta e se empoleira sobre a cabeça de Ossaim para lhe fazer o seu relato. Este símbolo do pássaro representa o Axé, o poder bem conhecido das feiticeiras, elas mesmas frequentemente chamadas Iamis proprietárias do Pássaro-Poder.
No culto das Iamis, as folhas são como as escamas dos peixes e as penas dos pássaros, são e representam o procriado, um elemento essencial para os humanos. Elas veiculam o ejè dundun, a força dos Orixás.
Os curandeiros, quando vão recolher plantas para seus trabalhos, devem fazê-lo em estado de pureza, abstendo-se em relações sexuais na noite precedente e indo à floresta, durante a madrugada, sem dirigir a palavra a ninguém. Além disso, devem ter cuidado em deixar uma oferenda com moedas, pedaço de fumo de rolo ou mel, no chão, logo que cheguem ao local da colheita.
Ossaim fala pouco ou nada fala, para não contar seus segredos a ninguém. Quando deseja falar, fala por seu companheiro Aroni;
Aroni é um anãozinho, sem uma perna, que fuma cachimbo. Ele anda dentro de um redemoinho, seu cachimbo feito com a casca do caracol, enfiado numa varinha de bambu, com suas folhas prediletas. Carrega um pássaro que voa por toda parte e pousa em sua cabeça, contando-lhe tudo que viu ou se alguém se aproxima. É considerado um Orixá encantado, não viveu na forma humana. É filho direto de Olodumaré, o Deus Supremo. Muitos acreditam que Aroni é uma das formas assumidas pelo próprio Ossaim.
Ossaim conversa com os espíritos sagrados que moram dentro das árvores, sendo eles e os animais seus companheiros na floresta. Assim como Oxóssi, também conhece a linguagem dos animais e dos pássaros, imitando-os com perfeição.
Comanda as folhas medicinais e litúrgicas. Cada Orixá tem a sua folha, mas só Ossaim detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto, sem ele nenhuma cerimônia é possível.
Ossaim era o dono de todas as folhas e era necessário que os Orixás dependessem dele para obter certas folhas e certos sumos. Como os orixás raramente se submetem a qualquer tipo de autoridade, a rebelião se fez. Iansã com seus ventos espalhou as folhas de Ossaim, fazendo com que cada Orixá pegasse a sua de acordo com sua esfera de atribuições.
Mas, muitas ervas e plantas ainda continuam sob o domínio de Ossaim, e mesmo as que hoje estão sob domínio dos outros Orixás, ainda necessitam de certas rezas e preceitos que só Ossaim conhece.
É um Orixá muito popular no Brasil; inspirou a obra de muitos artistas.
Suas atribuições foram absorvidas quase que totalmente por Oxóssi.
Sua festa ocorre em 5 de outubro e tem seu sincretismo com São Benedito. Sua saudação é “Eueuá Ossaim”.
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