Oxumarê é irmão de Obaluaê e o filho mais novo e preferido de Nanã. Tal qual sua mãe, é uma entidade que existe desde os primórdios, sendo atribuído a Oxumarê a reunião da matéria para a formação e amoldamento do planeta, o que mostra sua relação com a Terra e seus ancestrais.
Sustenta o Universo, controla o movimento dos astros e dos oceanos. Oxumarê tem como representação a grande cobra que, rastejando pelo mundo, moldou os vales e as montanhas. E a cobra que engole a própria cauda, representando o movimento infinito e também o início, o meio e o fim. Simboliza a atividade, a continuidade e a permanência.
A comunicação entre o céu e a terra também é assegurada por Oxumarê. Leva a água para o céu em forma de vapor para que a chuva possa fecundar a terra e, dessa forma, a natureza possa manter a sua vitalidade. Sua comunicação com o mundo é feita através do arco-íris, a grande cobra, fazendo a grande ligação entre o mundo espiritual e o físico.
Tudo nele é repetitivo e metódico, porém em contínuo movimento. Como o sol, a lua e os corpos celestes que executam sempre um movimento perfeito, sem se deixar parar.
Representa os movimentos de crescimento e totalização, mas também de eterno retorno do cosmos. Se por acaso esse movimento acabar, a vida também acaba. Essa é a importância da força de Oxumarê.
No ciclo "vida e morte", ele também está presente, e seu símbolo mais forte é o da cobra mordendo a própria cauda, numa atitude que representa o ciclo vital: vida, morte e renascimento. Enrola-se também em torno da terra para impedi-la de se desagregar. Acredita-se que se perdesse as forças seria o fim do mundo.
A marca mais evidente de Oxumarê é o arco-íris, de quem é senhor.
Não se pode dizer que é um Orixá masculino e nem feminino, pois encerra dentro de si os dois gêneros. Seis meses é macho e no outro semestre é fêmea. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico ligado a seus cultos e a seu arquétipo. Essa dualidade descreve bem o Orixá, bem e mal, amor e ódio, doce e amargo, masculino e feminino, entre tantas outras associações.
Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris e tem o poder de regular as chuvas e as secas. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química, recuperando o estado líquido, e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc.
Nos seis meses subsequentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo.
Para o homem branco católico foi fácil ver em Oxumarê, o deus que também era uma cobra, a representação do mal, pois associada rapidamente com sua cultura cristã, a cobra ocupava lugar de destaque, como aquela que levou o homem a ser expulso do paraíso. Isso fez com que o culto desse Orixá sofresse muito preconceito como a figura de Exu. Entretanto na África e nas culturas orientais, a cobra não tem a mesma conotação.
Pierre Verger acrescenta que Oxumarê está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle, é enterrado geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Olodumaré, o Deus supremo, sofria de um mal nas vistas, e também mandou chamá-lo. Oxumarê foi até ele e o curou. Olodumaré ficou tão agradecido que não quis mais se separar dele. Desde então Oxumarê reside no céu e só de tempos em tempos tem permissão para pisar na terra.
Sua saudação é “Arobo Bo Yi” e significa aquele que vai, dá a volta e continua. Era solicitado para atrair fortuna, renovação e transformação. Suas atribuições foram absorvidas por vários Orixás como Exu, Obaluaê e Ibeji, além das Iabás.
Sincretizado com São Bartolomeu, é comemorado em 24 de agosto.
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